terça-feira, 29 de julho de 2008

Eu pensava que sabia o que era amar...


Ao brotar estupefato, encantado, com o encanto, com o canto, com o conto, que a vida traz agente.
Pensava que amar: era adormecer no mais tênue orgasmo esvaecido.
Pensava que amar: era vislumbrar o pôr-do-sol e ver a mais pura eternidade.
Eu pensava que amar era amar, amar, amar...

Eu não sabia que amar: era adoecer constante a alma.
É morrer de dor de alento, acalentado pelo esplêndido momento de ternura.
Eu não sabia que amar: é anestesiar por um momento a vida.
É morrer por dentro.
É ferir...
É ferir-se...
Sem razão, sem lucidez, jogado a própria sorte ao amor.
Sem saber o que é amar, amar, amar...






Evandro Pantoja

domingo, 6 de julho de 2008

Admirável homem novo

Aldous Huxcley, escritor inglês, narra em seu livro, ‘O Admirável Mundo Novo’(1932), um futuro hipotético, onde as pessoas são pré-condicionadas biologicamente e condicionadas psicologicamente a viverem em harmonia com leis e regras sociais, dentro de uma sociedade organizada por castas; sem ética religiosa e valores morais, que regem a sociedade atual. Mais tarde, retoma o assunto em outro livro, intitulado: ‘O retorno ao Admirável Mundo Novo’. O ensaio demonstra várias ‘profecias’, dentre elas: a realização das vontades dos homens, graças ao ‘progresso’ científico da sociedade, no que diz respeito à manipulação de suas vontades.

A ‘profecia’ de Huxcley, feita há 78 anos, nos lembra muito, em parte, à época em que vivemos. A natureza dos homens parece estar se satisfazendo, graças a este ‘progresso’ tecnológico, iniciado, há anos, e que se reforça, atualmente, através do aperfeiçoamento de tecnologias já existentes como, por exemplo, o computador e o celular; e a criação de novas, como o mp3, o I pod, etc. Os aparelhos tecnológicos, incontestavelmente, fazem parte de nossas vidas, e ganham espaço considerável, cada vez mais, na sociedade contemporânea. Saber lidar com estes objetos, e outros milhares, é indispensável!

Acordamos respirando tecnologia: na escola, no trabalho, em casa; em cada esquina observamos alguém com fones no ouvido, celulares, palm tops, chips em catracas de ônibus, portas eletrônicas em prédios, viva voz...

O vertiginoso campo tecnológico e seu crescimento acelerado, nos torna em seres humanos cada vez mais dependente da tecnologia, multitarefas. Acessamos à Internet comendo, ouvindo música, e, assistindo TV, tudo ao mesmo tempo. A ciência e seus produtos tecnológicos ganharam grande importância na sociedade comtemporânea. A tecnologia chegou a dominar os seres humanos, de tal maneira , que mesmo que intuitivamente não conseguimos nos distanciar dela, ela estar em todo lugar, é onipresente.

Se antes conseguiamos ficar sem celulares, computadores, etc. Hoje, este distanciamento, parece suicídio. Atentar para as grandes modificações que a sociedade vem passando: é perceber que o homem se tornará, cada vez mais, dependente de tais tecnologias; e quem se mostrar apático frente a esta realidade, poderá ter sua ‘morte’ decretada, seja no campo profissional, ou mesmo, pessoal.

Texto: Evandro Pantoja