São poucos, e cada vez mais escassos, os estudantes que vestem a camisa da profissão, preocupados, de fato, com o social, e que realmente levam a sério este ‘oficio’. Muitos, nem sequer, sabem ao certo, e tem a noção, do que é o fazer jornalístico. Já diriam alguns o ‘quarto poder’. O mais preocupante é o crescimento vertiginoso das faculdades de jornalismo, em todo Brasil, sobretudo, particulares, preocupadas apenas com o lucro, formando milhares de apresentadores robotizados de telejornais, que se acham verdadeiras estrelas midiáticas. Não entendem, que fazer jornalismo, é muito mais do que ser um mero apresentador de telejornal: é transformar a sociedade, é cumprir com papel de interlocutor, de verdadeiro transformador social, que realmente somos. O mais preocupante é que muitas empresas jornalísticas, muitas vezes, ligadas à faculdades, estimulam ou reforçam esse desejo nos estudantes, que além de absorver mão-de-obra barata, ajudam a transformar a profissão num verdadeiro 'balcão de negócios', como diria Lúcio Flávio Pinto. Muitas faculdades investem pesado em equipamentos tecnológicos, grandes e milionários laboratórios de comunicação, e esquecem do mais importante: o fator humano e ético do futuro jornalista. Pouco se vê, a preocupação com a pesquisa; com a humanização, com a intelectualidade; e a crítica dos futuros formadores de opinião. Por mais que a técnica seja importante para o exercício da profissão, o conteúdo de um profissional é necessário e importantissímo; porque é ele, que futuramente, irá trabalhar com os possíveis acontecimentos que poderão transformar e influenciar a vida de uma comunidade, de um país, ou até do mundo, além de fazer o embate para uma sociedade mais democrática. Neste quesito, às faculdades de jornalismo estão longe de apresentar um profissional humanizado, ficando a cargo de cada futuro profissional se conscientizar deste fato. Enquanto pensarmos que a profissão de jornalista é puro e simples glamour, quem perde, somos nós, e a sociedade, que está carente de verdadeiros defensores. Sendo este, dentre outros, o verdadeiro papel do jornalista.
Texto: Evandro Pantoja
* Fonte: Federação Nacional dos Jornalistas - Fenaj
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